“Se você for um poeta, verá claramente que há uma nuvem flutuando nesta folha de papel. Sem uma nuvem, não haverá chuva; sem chuva, as árvores não podem crescer e, sem árvores, não podemos fazer papel. A nuvem é essencial para que o papel exista. Se ela não estiver aqui, a folha de papel também não pode estar aqui…” Thich Nhat Hahn.
Falar de um chocolate do grão à barra (bean to bar) é reconhecer que na barra está a nuvem, a chuva, o raio de sol, a mata, o pé de cacau, o facão na mão do agricultor que abre a fruta madura para separar o grão e assim por diante até o último gesto da mão que embala e entrega a barra. Não existe um chocolate isolado no mundo, ele contém muitos mundos dentro de si. Olhar assim para uma folha de papel ou degustar o chocolate Clemens dessa forma é abrir a percepção, neste caso para os aromas que são a expressão entremeada de cada um dos seres envolvidos nessa união tão singela de dois ingredientes – cacau e açúcar.
É no miúdo do grão que está inscrito o devir e o sonho de se tornar árvore e, por meio dos encontros, se perceber floresta. Nossos chocolates são produzidos em pequenos lotes cuidadosamente torrados, refinados e temperados para guardar o melhor do aroma original que o terroir pode proporcionar.
Acreditamos que a qualidade do aroma se faz pela inscrição de cada gesto – inclusive o do grilo que pôde cantar livre de agrotóxicos – por menor que ele seja. Por essa razão, e reconhecendo que estamos todos integrados nessa mesma trama, é que buscamos respeitar e fortalecer cada potencial de emancipação, ecológico e humano, que se gesta no caminho.